Coleção Guerra civil - Revolução Federalista (1893-1895)

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Código de referência

BR BRJFPR Guerra civil

Título

Revolução Federalista (1893-1895)

Data(s)

  • 1896-05-23 - 1942-07-16 (Produção)

Nível de descrição

Coleção

Dimensão e suporte

Conjunto de processos que tratam da Revolução Federalista.

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Nome do produtor

História biográfica

História do arquivo

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Arquivo Público do Paraná

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Os conflitos entre o grupo Federalista, partidários de Gaspar Silveira Martins, os chamados “Maragatos” e os republicanos, partidários de Júlio de Castilhos, chamados “Pica-paus”, deram início a Revolução que ficou conhecida como Federalista; essa guerra civil teve início no Rio Grande do Sul e envolveu os estados de Santa Catarina e Paraná.
O estopim da guerra aconteceu em 1893, mas os motivos para esse confronto iniciaram anos antes, com a disputa entre dois grupos políticos, o Partido Republicano Riograndense (PRR) que defendia o presidencialismo e resguardava a autonomia estadual e o Partido Federalista que defendia o sistema Parlamentar de governo e a revisão das constituições estaduais, com a centralização política e o fortalecimento da União Federativa.
Durante todo o ano de 1892, a instabilidade política foi mantida no Rio Grande do Sul, principalmente depois das eleições que levaram Júlio de Castilhos ao poder. Contra a situação, ergueram-se os monarquistas descontentes e os federalistas de Silveira Martins, que exigiam a saída de Castilhos e um plebiscito em que pudessem escolher a forma de governo.
Uma semana depois da posse, em 2 de fevereiro de 1893, Gumercindo Saraiva entrou no Rio Grande do Sul, vindo do Uruguai, à frente de um grupo de cavaleiros e juntou-se aos homens do general João Nunes da Silva Tavares, o barão de Itaqui. Era o início da Revolução Federalista.
A revolução ameaçou não só a estabilidade do governo rio-grandense como o próprio regime republicano.
O Marechal Floriano Peixoto enviou tropas federais, sob o comando do general Hipólito Ribeiro, para garantir o governo de Castilhos. Foram organizadas três divisões, chamadas de legalistas: a do norte, a da capital e a do centro. Além dessas forças, Júlio de Castilho contava ainda com o apoio do estado de São Paulo e a polícia estadual.
Os federalistas por sua vez, tiveram o apoio da província de Corrientes, na Argentina, e também do Uruguai, receberam armas através da fronteira e se refugiaram nos países vizinhos em vários momentos, durante a perseguição das tropas legalistas.
Até novembro de 1893, os revoltosos já haviam tomado boa parte do RS e de SC e estabeleceram planos de submeter o PR, para depois tomar SP e seguir em direção à capital federal, no RJ. A estratégia, estabelecida pelos revoltosos, consistia em atacar o PR em três frentes: Paranaguá, pelo mar, cortando a saída da capital; Tijucas do Sul seria invadida por SC e a tomada da Lapa deixaria Curitiba indefesa.
Em janeiro de 1894, Paranaguá foi tomada, as forças revolucionárias renderam a fortaleza da Ilha do Mel. No mesmo mês, Tijucas do Sul foi tomada por Gumercindo Saraiva, entretanto, foi mais trabalhosa e impôs várias derrotas aos revoltosos. A Lapa foi utilizada como trincheira, sendo bombardeada por 26 dias seguidos; a luta seguiu ferrenha pelas ruas, até a morte do Coronel Gomes Carneiro, quando a cidade foi realmente tomada. A resistência da Lapa surpreendeu e irritou os maragatos, que pretendiam gastar apenas 72 horas com sua conquista.
A capital paranaense por sua vez, abandonada por Vicente Machado no dia 18 de janeiro, foi invadida pelos revoltosos no dia 20 de janeiro, os quais permaneceram na cidade até o dia 26 de abril, num total de quase 100 dias.
Para evitar os saques e a violência em Curitiba, grandes nomes do setor empresarial, chefiados pelo Barão do Serro Azul, reuniram-se na criação da Comissão Especial de Empréstimos de Guerra, para arrecadar os cem contos de réis (100:000$000) exigidos pelos federalistas para poupá-los de mais violências.
Como usufruíam situação relativamente tranquila, os revoltosos acabaram adiando os planos de levar a revolução a São Paulo e Rio de Janeiro, ocupando apenas o Paraná até a cidade de Ponta Grossa.
Com a resistência de outras cidades do Paraná, Floriano pode adquirir armamentos e navios de guerra dos EUA, o que fez com que os revoltosos e seus comandantes retornassem ao sul, alguns chegaram a se refugiar no Uruguai e Argentina.
Os revoltosos federalistas foram derrotados em 24 de junho de 1895, no combate de Campo Osório, nas proximidades de Sant’Ana do Livramento, quando o almirante Saldanha da Gama morreu diante das tropas do general Hipólito Ribeiro. A paz foi assinada em Pelotas no dia 23 de agosto de 1895.
A Revolução Federalista é um exemplo de violência e barbárie de ambos os lados. Os maragatos promoveram degolas, estupros e assassinatos de prisioneiros, enquanto os legalistas, ao fim do conflito, ocuparam as capitais eliminando todos aqueles que eram acusados de terem colaborado com os federalistas, como é o caso de Ildefonso Pereira Correia (Barão do Serro Azul), Rodrigo Lourenço Mattos Guedes, Balbino Carneiro de Mendonça, Presciliano da Silva Correia, José Schleder e José Joaquim Ferreira de Moura que foram fuzilados no quilômetro 65 da Serra do Mar, por serem considerados traidores da pátria.

ABREU, A. Revolução Federalista. In: Dicionário Histórico – Bibliográfico Brasileiro. São Paulo, Editora CPDOC. 1º Edição, 1984.
PRIORI, A. A Revolução Federalista e o cerco da Lapa. In: História do Paraná: séculos XIX e XX. Maringá: Eduem, 2012, pp. 23-33.
CARNEIRO, David. Paraná e a Revolução Federalista. Editora Atena, 1944.

Avaliação, selecção e eliminação

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Nota

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Datas de criação, revisão, eliminação

2017-09-22 (criação)
2017-11-14 (revisão)

Línguas e escritas

  • português

Fontes

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